Bom, nesses 12 anos de muletas e cadeira posso lhes
garantir que a vida de nós, cadeirantes e com alguma mobilidade reduzida tem
melhorado significadamente. Claro com passos pequenos, mas temos conquistado
muitas coisas. As pessoas não apresentam tanta estranheza quando você passa na
sua rua ou em qualquer outro lugar, elas já estão aprendendo a lidar com as
diferenças e acredito que isso seja um ponto positivo nessa mudança que está
acontecendo. A mídia é um dos contribuintes para isso, sei que muitos abominam
essas novelas que fazem cadeirantes andarem em tempo relâmpagos como se
tomassem um copo de Milk shake com células- tronco e por um milagre os movimentos
das pernas voltassem de uma hora para outra. As pesquisas estão
andando, entretanto se prender a curas milagrosas não faz parte das nossas
vidas, acredito que as células-tronco possam melhorar a vida de pessoas com
algumas doenças, mas para chegar a andar, isso já é outra história. Reconheço
que a mídia tem ajudado a mistificar alguns pré-conceitos formados pelas
pessoas, por falta de conhecimento do assunto. Até pouco tempo atrás, acreditava-se
que cadeirante era um ser assexuado (sem libido e desculpe-me a palavra,
tesão). Ninguém imaginaria que um cadeirante pudesse dirigir, trabalhar, estudar,
namorar, ter uma família e cuidar de uma casa. A figura do cadeirante sempre
foi de uma pessoa doente e incapaz, como se perdesse com os movimentos das
pernas a capacidade de lutar por uma vida melhor. Esse conceito hoje está
fora de cogitação, porém ainda existem alguns casos de pessoas que não aceitam
a sua forma atual de cadeirante e muito menos sair pelas ruas. Bom, não
estou aqui para julgar as decisões de quem quer que seja, mas acredito que a
inclusão também é você quem faz. Se você deseja rampas, banheiros e etc,
ficando em casa é que você não vai mudar a sua cidade. Como todo cidadão, desejamos
o direito de ir e vir e temos que fazer para acontecer. A mídia também pode fazer
a diferença em se tratando de assuntos polêmicos, acredito que toda forma de
expressão tentando ampliar o conhecimento para pessoas que não conhecem determinado
assunto, ajuda a tornar um país mais justo e inclusivo. Que as pessoas não
sejam tratadas com diferenças, que sejam respeitadas do jeito que elas se
encontram, independente da sua condição, seja ela física, intelectual, visual ou qualquer outra
forma diferente. Como diz a propaganda: “Não estou sozinho, nós invisíveis
somos muitos, é fácil enxergar os invisíveis, é só olhar.” Estamos em qualquer
lugar e de repente a mídia contribuiu para que as pessoas se tornem cada vez
mais capazes e integradas, que a mudança num país não depende só dos governantes,
a mudança somos nós que fazemos. Acredite nisso e viva! A vida
é uma luta constante, onde temos que aprender todo dia como viver.
Beijos cadeirantes!
Não sou cadeirante e realmente não sei como uma pessoa nessa posição se sente. Creio que devem existir inúmeros problemas como a falta de infra-estrutura para o deslocamento. Mas em minha concepção o maior "problema" é o preconceito. A interação social as vezes é muito severa com as pessoas diferentes. Mas acho que estamos caminhando mesmo para um futuro menos ignorante e mais aberto para as diferenças.
ResponderExcluirAdorei seu Blog, continue assim!
Beijos André Geraldo.
Visite meu blog, lá tem meus poemas, também sou cadeirante
ResponderExcluirhttp://cadeirantepoeta.blogspot.com.br/
Abraço, Marcio
oi Tô amei encontra-la acho q poderá me ajudar sou deficiente muletante e estou apaixonada por um cadeirante.
ResponderExcluirTô, não sendo cadeirante, e não sendo pessoa com deficiência, não enxerguei os invisíveis. Até que tive o Antonio e meu mundo se ampliou. Hoje fico indignado com a falta de rampas e vagas espremidas para cadeirantes. Isso passou a me atingir. Porém, precisei viver na pele, como pai, alguns dos perrengues que pessoas com deficiência enfrentam. Precisei sentir na pele para "abrir meus olhos". Adoro a sua postura de "sair pra rua" e lutar por uma vida melhor. Isso aos poucos, tijolo por tijolo, vai abrindo os olhos das pessoas, sem que precisem viver na pele a deficiência. Aos poucos, com persistência, a gente muda o mundo. Grande bj
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