sábado, 15 de agosto de 2015

Agora eu escrevo

Sabe, pra falar a verdade já vivi muitas experiências de andante para cadeirante, nas entrelinhas dessas duas palavras também fui aparelhante e depois muletante. Escolhi cores para minha vida, nada de preto e branco, nada de fotos amareladas com o tempo. Eu vivi e vivo até hoje experiências incríveis, e até sou quase uma escritora.




É, vivo e sempre sigo para a frente impulsionando as minhas rodas, que já foram vermelhas e agora escolhi uma cor mais adulta, é, eu cresci ouvindo as pessoas falarem que eu não podia isso ou aquilo. E as palavras se repetiam na minha memória errante. Tadinha, coitada, doente, não pode nada.

Mas eu cresci de um modo desesperado, cresci e não sou mais aquela que um dia fui. Eu sou sim uma cadeirante e ainda tenho alguns medos, anseios, tristezas e alegrias, oscilações de humores, mais eu sou e sempre serei eu. Louca, maluca, doida, em morder a vida de um jeito quase que aflito.

Eu quero, sim quero é o meu verbo preferido ultimamente. Quero rodar mais, que os pneus não fiquem carecas tão rapidamente. Quero ter menos medo e mais coragem de enfrentar tantos desafios que aparecem na minha frente. Sei que preciso de muitas palavras como persistência. A vida nos mostra como somos capazes de enfrentar tantos momentos.

Não acreditava muito no meu potencial e de tanto colocar os meus momentos aqui, fui descoberta, sim eu escrevo pra você aí, e também escrevo pra nossa gente aqui. Escrevo para o senhor que está na beira da praia, escrevo para o jovem que sempre passa de bicicleta, escrevo para a dona de casa, e também escrevo para os companheiros de vida, de vida de rodas e suas dificuldades persistentes, entretanto com maestria modificam as dificuldades em facilidades para viver. Escrevo para a criança que está aprendendo a ler, escrevo para os que estão tomando o seu café. De cadeirante virei a escrever, virei algo que eu nunca imaginei na minha vida. Há cinco anos sou cadeirante e há cinco anos atropelo as palavras que passam pela caixa preta da minha memória.

Eu só quero uma coisa, ser a "escrevinte" de uma vida com mais brilho, ser mais vívida  nesse mundo. Que a crise vire crie. Crie arte, música, crie um planejamento, crie algo que te faça sorrir mais ainda.  E nesses cinco anos cresci e criei uma vida totalmente diferente. Crie, seja o autor da sua vida e que nada faça você desistir daquilo que realmente você goste de verdade.

Agora eu escrevo não só para mim, escrevo para você também!

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