Quando uma criança nasce, seu choro é audível para todos que
estão ao aguardo da mesma. Faz-se o
nascimento de mais uma vida. Ela chora com a esperança e a vontade de falar: e
o mundo responde com o mesmo entusiasmo do seu choro, quase que desesperado, mas,
na verdade é o choro do começo de uma vida. E o mundo grita para a criança:
seja bem vinda!
Entre o nascimento e a morte, o que nos resta é o intervalo. Nesse
pequeno espaço é que realmente vivenciamos as descobertas desse fenômeno
chamado vida, onde nos questionamos e fizemos essas perguntas existenciais que
tentamos responder por toda a nossa existência e quase nunca descobrimos as
respostas. De onde viemos? Pra onde vamos? O que viemos fazer aqui? Temos medo do fim, porém desperdiçar momentos
com coisas e pessoas que não nos fazem bem é a maior falta de tempo que podemos
tomar da vida. Descobrimos que na adolescência podemos tudo, que somos
invencíveis e que a aventura da vida só começou, no entanto a outra metade, lá pelos
trinta, quarenta anos também nos traz experiências da aventura de uma vida que
é muito melhor quanto nossa falta de experiência da adolescência.
No Intervalo, descobrimos que toda escolha tem suas
consequências e que temos que arcar com os resultados. Descobrimos que a felicidade é uma questão de
querer, que precisamos saúde e vamos sentir falta dos joelhos bons quando
jovens. Descobrimos que precisamos nos amar primeiro e aceitar os nossos
próprios defeitos para então conseguir amar o outro. Descobrimos que vamos
sofrer por amor e por pessoas que nos decepcionaram e também vamos decepcionar
pessoas, apesar de muita gente não acreditar, ninguém é perfeito e estamos aqui
para aprender com os erros. No intervalo
vamos descobrir que as encrencas de verdade são feitas para passar por cada
obstáculo colocadas por elas mesmas.
Vamos descobrir que
qual seja o resultado, sempre queremos levar pra casa um sentimento bom, seja
qual for. Que subir na vida de verdade é saltar de para quedas. E que amores de
verão também pode ser intenso, ou até virar pra toda a vida.
Estamos sempre em busca de prazeres superficiais, e
esquecemos dos prazeres da vida. Como mascar chicletes, assistir ao um pôr do
sol, fazer um piquenique, ir ao um show, beijar ou até encontrar um amigo dos tempos
da escola e ficar de papo pro ar. Leia mais, sempre tenha um livro pequeno
dentro da bolsa, assista todos os filmes clichês, e escute sua música
preferida. Decore seu poema predileto e recite-o para alguém em especial. Tenha
um álbum de fotografias com os momentos especiais.
Aproveite o intervalo e não tenha medo, tenha coragem de
fazer coisas e até sentir mais do que você poderá lembrar um dia. Tome cálcio,
aprenda a tocar um instrumento, escreva em um diário, e também declare seu
amor, não tenha vergonha. Uma vez ou
outra decida perder um pouco de tempo. Diga mais “Bom dia”, “Por favor”,
“Desculpe” e “Obrigada”. No fim da vida, você esquecerá todos seus erros, mas
se arrependerá do que não ousou fazer. Ouse muito. Tenha fé e morda a vida com
vontade. Não deixe o melhor para depois, a vida é curta demais e nunca se sabe
quando chegará o final.
Texto publicado originalmente no Jornal A Novidade em 21/08/2015
ADOREI!!
ResponderExcluirObrigada, Roberto! Volte Sempre!!! :D
Excluir