Picasso descobriu sua paixão pela pintura aos oito anos de
idade, Einstein também descobriu seu amor pela física cedo. Eles sim são
pessoas sortudas diria, desde cedo seu trabalho que não é trabalho virou uma
paixão absurdamente necessária em suas vidas.
Depois que o segundo grau acaba, nós, mortais nem físicos e
pintores ficamos em um dilema. O que vou fazer? Que carreira tomar? Que
faculdade fazer? Será que vai dar certo? Milhões de perguntas que torram os
neurônios do nosso cérebro. Insegurança, medo e ansiedade, tudo isso combinados
com a nossa falta de experiência diante de tantas responsabilidades que um dia
teremos. Só queremos um trabalho que garanta nosso sustento e um pouco de
tranquilidade na vida, algo que nos faça feliz, realizados como pessoas e
profissionais. Mas posso lhe dizer que se você é um quarentão e ainda não
descobriu sua paixão de verdade. Relaxa. Os quarentões mais interessantes são
aqueles que não sabem o que fazer da vida.
A gente cresce, e o mundo está sempre nos cobrando. Somos
jogados como um cometa em um planeta desconhecido e sem saber o que fazer. O
que nos resta? Um trabalho razoável, casar, ter uma família, ter filhos.
Pronto! Se você não está dentro desses padrões, a sociedade te cobra o tempo
todo e a rotação do mundo não para e as cobranças estão de mãos dadas com ela.
Se é um lunático que deixou casa e viaja pelo mundo é taxado de doido, maluco e
que seus pensamentos voam para a lua. Sua vida tem que estar relacionada a
paixões e principalmente ter algum sentido, ninguém consegue viver na
monotonia.
Eu, por exemplo, descobri que escrever talvez seja uma das
minhas paixões, mesmo que eu erre, volte atrás, corrija e tudo mais. A
insegurança de um mundo novo faz parte da descoberta do que você gosta e nunca
se imaginou fazendo. Descobri isso aos vinte nove anos, me arrisquei, tive
medo, porém enfrentei cada desafio dado e relacionado a escrever. Errei muito,
confesso e ainda erro, sou muito autocritica, porém aprendi que cada pessoa
escreve de um jeito diferente, cada um pensa de uma maneira particular e tive
muita dificuldade de passar minhas ideias para o papel.
Talvez, você não concorde com nada que eu escreva, todos nós
somos escritores da vida, entretanto alguns passam para o papel com mais beleza
e plenitude, outros não. Se existisse
uma máquina para ler meus pensamentos e os textos que surgem de madrugada ou
quando lavo a louça do café. Bom, você seria surpreendido com as minhas paixões
mal sucedidas e a loucura dessa vida.
Tente procurar algo que de sentido a sua vida, que te faça
feliz, de verdade. Não seja hipócrita, nem leviano, apenas siga. Às vezes somos
condenados a fazer coisas tão mecanicamente que esquecemos dos nossos sonhos,
das nossas vontades. Se liberte por
paixões avassaladoras e não tenha medo de futuros incertos. Nada dura para
sempre e consequentemente você sempre procura o caminho mais certo, sem
elevações e obstáculos. E quase sempre o caminho mais difícil te leva a um
lugar que não é seguro, porém somos covardes do incerto. É o incerto que nos
leva a nos apaixonar pela vida.
Publicado originalmente no Jornal A Novidade em 07/08/2015
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