Eles ficavam espantados como tive coordenação motora e
outros avanços que essa doença não estabelecia em outros casos. Até hoje, ficam
abismados como consegui andar, isso sem contar que quase fiquei sem as
minhas fininhas e queridas pernas por fazer três arteriografias
seguidas, um exame bastante evasivo, fiquei uma noite inteira sem circulação
nas pernas, então colocavam bolsas de gelo e infravermelho, até que chegou uma
hora que a circulação voltou. Alguns anos atrás, ainda caminhava com as minhas muletas, e fiz um exame, chamado "Ressonância Magnética", depois do resultado do mesmo os
médicos não acreditaram naquele diagnóstico e receitou outra em menos de um
mês. Pra eles aquilo era fora dos padrões, como eu poderia estar ali em pé, se
a minha coluna não respeitava as regras que o meu corpo apresentava. Eu
sinceramente não sei por que isso aconteceu, mas quem sabe o que isso
significa. O importante que apesar de todas as dificuldades que eu passei
que não foram poucas, eu estou bem psicologicamente, (pouco maluca às vezes,
mas faz parte do show) e também meu corpo ainda apresenta bastante movimento, me viro
bem em qualquer movimento que eu faço. Subir escadas é complicado, mas tirando
esse detalhe, tudo está em perfeita ordem. Nesse mundo de deficiências sempre
existe pessoas em melhor ou pior situação. Uma dica que aprendi nesses
doze anos de muletante e agora cadeirante, sempre consiga adaptar-se ao seu
modo de vida, chore quando for preciso, porque às vezes temos que colocar as
angústias pra fora. Mas nunca se esqueça que a vida é maior que qualquer par de
pernas inertes. E sempre haverá surpresas no amanhã!
Beijos cadeirantes! :)