quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Uma postagem qualquer!


Fecho os olhos e por incrível que pareça não me lembro do momento em que  andei de verdade, sabe essas coisas que ficam na memória da gente. Lembranças que um dia se apaga, ou você não quer ver como realmente era. É difícil, complicado, mas, parar e pensar em tudo que enfrentei, meus medos, desejos, alegrias e tristezas. Ver que ao final de todos esses sentimentos, essas ondas que vem e voltam de uma maneira muito rápida. Eu estou aqui, feliz de um jeito qualquer, eu me reinventei, ou qualquer coisa parecida. (risos)  Obstáculos? Bom, ser ou não cadeirante não impede que você os tenha, isso é uma questão de perspectiva. Mas os obstáculos físicos são muito maiores do que qualquer outro, e quando se anda em uma cadeira de rodas, então nem se fala!  Sabe, que antes de estar sentada na minha cadeira de rodas eu não imaginava como a minha cidade é tão inacessível. Na primeira esquina os obstáculos já aparecem, é assim em qualquer esquina de qualquer cidade, mas de outro lado, as coisas estão melhorando, já estiveram bem pior. (Melhor ver pelo lado bom né?). Saber conduzir a vida para o lado bom existe um pouco de sabedoria e felicidade dentro da gente, ser feliz com você mesmo, sei que quando se anda em uma cadeira de rodas as coisas não são tão fáceis o quanto parece. Muito "kit tragédia" nos seguindo. (risos). O que importa mesmo é seguir a vida e buscar seus sonhos e em consequência disso a realização. Não importa o quanto custe ou demore, o importante é ser você mesmo, sem amarras ou tragédia. (Eu sei que hoje eu estou engraçadinha). Não importa de onde você parou, ou o que deixou para trás. Não fique remoendo o passado, aproveite o presente que o futuro sempre guarda grandes e bons momentos. Essa é a vida, surpresas sempre haverá. Alguns Cadeirantes têm o hábito de falar "Rodas pra que te quero". Como sempre fui o avesso, eu digo: Rodas eu te quero, te quero enquanto puder impulsionar o aro, te quero enquanto puder passar por muitos obstáculos, te quero, para assim impulsionar minha vida. Porque cadeirando a vida, descobre-se que apesar de nossas limitações e todos os obstáculos físicos existentes, somos felizes do nosso jeito, meio torto, redondo como a roda, o que importa? A vida é essa e pronto, sempre existirá uma reticência para você acrescentar algo mais. Não quero me calar com essas palavras, na verdade, onde eu me expresso da melhor forma, não sei falar do que não me interessa. Só sei que apesar de tudo isso, continuo!

Beijo Grande! 

Ho ho, o Natal já tá aí! 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Recomeçar!


Depois de 27 meses sentada nessa cadeira algumas coisas mudaram, algumas para melhor, outras para pior. A pior parte é a limitação que meu corpo se propôs a ficar. E não vou mentir para vocês, eu não sou muito adepta a fisioterapia, mas tem uma hora que você tem que escolher não é mesmo? Então, mesmo lesada e odiando a fisioterapia eu decidi recomeçar, como se fosse uma academia, já que sou sedentária não por opção e sim por obrigação. Como todo mundo precisamos nos movimentar, ter uma alimentação equilibrada, não somos diferentes dos demais é só uma questão de visão. No fundo está sendo até legal, quero ganhar mais equilíbrio de tronco, forças nos braços e em consequência força nas pernas também, meu objetivo é conseguir desmontar e montar a cadeira de rodas,  para que a lesada aqui possa se virar sozinha na hora de tirar a cadeira do carro, sei que tenho um longo e árduo caminho. Sei que é um pouco complicado, porque eu não tenho muito tamanho e cadeira não é nada proporcional ao meu tamanho. (risos) Mas, se você quer mesmo alguma coisa, não importa os sacrifícios que tenha que fazer  e o tempo que demore, o importante é chegar lá. Estou até surpreendida comigo mesma, estou levando a sério os exercícios e também as repetições em casa. Quanto mais repetir os exercícios mais rápido vou conseguir força nos braços que é meu objetivo. Umas das coisas mais chatinhas da fisioterapia são as dores, mas são suportáveis, dores nos ombros estão sendo constantes, entretanto é só o começo, ainda estou no meio quilo. (risos) Porém é importante manter uma atividade física, seja ela qual for, o melhor de tudo é sentir-se bem. E a melhor coisa é recomeçar, não importa de onde você parou, reconstituir novos objetivos e dar um ânimo a mais na vida é sempre ótimo.

Beijos Muletantes!