segunda-feira, 29 de abril de 2013

Cadeira!

Oi gente!

Hoje vim aqui contar uma experiência não muito boa.(risos) Algumas semanas atrás como qualquer pessoa normal fui ao shopping com a minha irmã e eu tive a infeliz ideia de deixar a minha cadeira em casa, pois não iríamos demorar, assim poderia usar aquelas cadeiras de rodas que estão disponíveis para o uso de qualquer pessoa com a locomoção reduzida, ou seja os quebrados mesmo. Chegando no shopping, minha irmã estacionou o carro e foi até a recepção pegar a cadeira,  a aparência não era das piores, comentei com ela, trocaram as cadeiras, essa deve ser melhor. Engano meu, sabe aquela sensação de você sair de um carro sedã e entrar em um fusca. (não estou criticando quem gosta de fusca, é só um exemplo) A cadeira era pesada, acho que pesava uns 100 quilos, sem brincadeira, vocês não tem noção... Rezei até pra Nossa Senhora dos Cadeirantes para eu conseguir tocá-la, se é que existe algum Santo que ainda ouve nossas preces. Deve estar atolados de tanta reclamação, rampas, acesso e lá vai. Mas
Meus pés na cadeira de rodas do shopping.
continuando, até que consegui por algum tempo, depois minha irmã empurrou um pouco que estava exausta, os braços cansados, desconfortável naquela cadeira. Pior que quando a minha irmã entra no shopping, ela demora anos luz pra sair de lá. (risos) Quando ela falou: - Vamos embora! O alívio tomou conta de mim. Ruim foi no outro dia, senti uma dor imensa nas costas e nos braços de tanto esforço, nunca senti uma dor como aquela, deve ser a idade que está ajudando. Por isso, nunca reclame da sua cadeira de rodas, existem piores por aí! 
Mais uma experiência da lesada! 

Beijo grande! 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Pouco a Pouco!

Oiii Gente! 

Esse é mais um vídeo que fiz para o blog , um sábado sai com minha cadeira e uma câmera digital e filmei o trajeto de 20 minutos, só que cortei algumas partes para não ficar cansativo! Vocês irão conhecer um pouco mais da minha cidade, até que as ruas são legais, o calçamento, pois a calçada de passeio simplesmente é um artigo de luxo, então temos que andar pelo calçamento mesmo. Perigo? Não, imagina! Dei umas rodadas com a cadeira no vídeo, não se assustem. Espero que gostem!



Ah! O título do post é a tradução da música do Oasis, que simplesmente amo. "Little by little" e também a música que usei para abafar o barulho do vento, mas não adiantou muito. (risos)

" Nós, o povo, lutamos por nossa sobrevivência
Nós não nos pretendemos perfeitos, mas sermos livres
Sonhamos nossos sonhos sozinhos sem resistência
Desvanecendo com as estrela que desejamos ser." (Oasis)


Beijos cadeirantes! ;)

segunda-feira, 15 de abril de 2013

A sexualidade dos Cadeirantes!





Ser deficiente físico não é fácil, sempre existe dúvidas quanto a nossa realidade de estar sentado em uma cadeira de rodas. Como é isso? Como é aquilo? E lá vão perguntas que nunca acabamos de responder durante a nossa vida inteira. Não estou criticando, sei que o ser humano é curioso e acho válido de querer saber como é, assim construiremos um mundo quem sabe, com menos preconceito e mais aceitação entre as pessoas diferentes. Uma das coisas que mais nos perguntam de como é? É, estou falando nisso mesmo. Como se faz? Como é? Às vezes dá vontade de responder: - Bom a gente começa desabotoando a camisa e.... Claro, que não vou colocar detalhe aqui, mas que dá vontade, isso dá. O sexo é um tabu, imagina então, em se tratando de pessoas com alguma limitação física, mas estamos aqui para desmistificar a vida sexual do cadeirante.O sexo está sempre relacionado a cintura, bunda, pernas, então, as pessoas imaginam que como temos déficit nesses requisitos, a vida sexual não faz parte do nosso cotidiano. É bom lembrar que as pessoas em cadeiras de rodas são iguais a você em quase tudo, a única diferença é a mobilidade. Os sentimentos, as conversas, os interesses são iguais. Há algum tempo atrás acreditava- se que o deficiente era um ser assexuado. Você pode ser frígida, não sentir tesão, ter impotência, mas chegar pensar que somos assexuados está totalmente fora de questão. Sinto muito informar, mas temos vida sexual sim e de muita qualidade, eu garanto. (risos) Geralmente a família protege demais o deficiente, assim atrapalhando a vida sexual e afetiva do mesmo. Aceitar que nós, deficientes temos o direito de amar, que como qualquer pessoa precisamos de afeto, autonomia é o primeiro passo para nos tornar independentes sexualmente.  Vou falar aqui como mulher e cadeirante e com as minhas experiências. (risos) Como nós cadeirantes temos pouca sensibilidade da cintura pra baixo, muitas pessoas imaginam que não sentimos prazer. Claro, que cada pessoa é única, mas de modo geral as cadeirantes sentem prazer, orgasmo, igual a qualquer mulher, só que o jeito de chegar lá é um pouco diferente. Mas você vai me perguntar: Como é isso? Vamos por partes pra ficar com mais suspense. (risos) A principal diferença está na maneira de sentir prazer, uma vez que as zonas erógenas, responsáveis
pelo prazer não estão mais ligadas á parte genital. Um beijo mais "quente", ou toque em uma parte não convencional, pode se tornar mais excitante que o habitual. O cadeirante explora mais os sentidos, e o estímulo visual ganha mais atenção.  O prazer está diretamente ligado ao cérebro,  então é válido explorar a imaginação. Se você sente tesão em imaginar que está em uma praia deserta com o seu amor, vai em frente.  E tem mais, o orgasmo é uma função cerebral. Segundo a sexóloga Laura Müller:  "No cérebro  há o que se chama de centros de prazer: diversos núcleos onde se concentram as células nervosas responsáveis pelo prazer." Ou seja, é possível ter orgasmo sem sentir nada da cintura pra baixo. Alguns movimentos estão perdidos, mas mesmo assim podemos explorar de outros jeitos. Arrancamos algumas páginas do Kama Sutra e reinventamos outras, pode até não acertar na primeira tentativa, mas com jeito tudo se ajeita. Outra preocupação que as cadeirantes enfrentam é a questão fisiológica, esvaziar a bexiga antes da relação para não correr o risco de vazar, para elas isso é  primordial. O preconceito é nato do ser humano, quando uma parte do casal não é deficiente, os andantes são vistos como heróis, corajosos por "assumir" uma grande responsabilidade. Quando, isso é uma grande bobagem, já que ninguém está à procura de um enfermeiro, e sim de namorados. E o que todo mundo quer é carinho, prazer e amor. Então, relaxa e curte o momento! E você  vai me perguntar: Como fica a vida sexual depois de uma lesão medular? Eu respondo - Ela continua...

Beijo Grande!