domingo, 31 de maio de 2015

Vida sobre rodas!


Bom, depois do  Carnaval ( eu sei que faz tempo rs), uma amiga virtual me procurou falando que ela iria fazer um Grupo no "Watsapp"  e perguntou se eu queria participar, é claro que a resposta foi: simmmm. A Aldrey falou que não seria qualquer grupo, seria um grupo só de pessoas legais, (risos) a mesma já tinha participado de outros grupos e ao longo do tempo as pessoas ficam chatas e não falam mais nada até que  se acabaram por conta própria.  Mas o  nosso não é assim, sempre tem alguém falando lá, e claro como qualquer grupo entra e sai gente todo dia... haha Posso dizer que  longo do tempo vem se tornando cada vez mais interessante, pois temos algo em comum, a vida sobre rodas, nome bem sugestivo que a Aldrey nomeou o grupo, já aconteceram até encontros com alguns membros. Legal, né?  A maioria dos componentes são do Rio Grande do Sul, alguns cariocas, e eu sou a única Catarinense no meio de toda essa gauchada. rs

E eu vou contar um pouquinho dos primeiros componentes do "Vida sobre rodas"

 Luciano:  gaúcho, um cara muito gente boa que foi atingido por uma bala quando tinha 17 anos e hoje é um cara super alto astral, pra cima, até demais, (risos) também inteligente e super independente, mora sozinho, dirige, monta e desmonta a cadeira, bom costumamos chamar o Luciano de "Bunda Estradeira", pois ele não para no lugar e também é um pouco convencido só pelo fato de ter olhos azuis.

Daniela: carioca de Angra dos Reis, ela se considera ogra, porém eu não percebo isso, acho que ela é super mulherzinha. Haha A Dani tem DM (Distrofia Muscular), nove anos cadeirante, ela está numa reeducação alimentar pra colocar inveja em qualquer cadeirante.  Faz hidro e fisioterapia e está conseguindo manter seus movimentos. Os meninos do grupo chamam ela de "Ministra da Saúde" (risos)

 Aldrey: a líder chefa do grupo, gaúcha, ariana e gremista (já perceberam o clima, né?) haha, brincadeirinha! A Aldrey é muito gente boa, cadeirante desde muito novinha, casou e tem uma filha linda. Ela faz tudo que você está ai sentado lendo faz e muito mais. E ela também tem dois blogs lindos Vida Sobre Rodas e o Lesada e Apimentada.(Aproveita, e dá uma clicada lá também)

Angela: Também gaúcha e cadeirante desde muito nova também por acidente de carro, por nós é conhecida como Angel, a Ministra dos Esportes e uma das Colorada entre os gaúchos! Uhuuuu! A Angel passou poucas e boas e está aí como todo mundo vivendo, aprendendo e reaprendendo, além de gostar de sopa e vinho, adora cachorros e defende os animais.

Osorio:  Cadeirante, gaúcho, gremista, e defende a acessibilidade dentro e fora dos Estádios do Rio Grande do Sul. Eu e o Osório somos amigos desde os tempos dos Orkuts, (2008) Osório também é casado e tem dois filhos adotivos. Legal, né? Os membros do grupo o chamam de Coronel (risos)

Simone, mais conhecida como Sisi, tetraplégica, gaúcha, tatuada e roqueira. A Sisi é uma garota pra frente, cheia de tatuagens, fã do Bon Jovi. E ela tem um filho lindo o Vicenzo (será que escrevi certo?)  Dentro das suas limitações como todo mundo aqui, ela vive e reaprende todo dia e o melhor, adora se cuidar como mulher e cadeirante. Sisi é a fashion do grupo.

Tuigue: Bom, dispensa apresentações (hahaha)

Esse post só foi uma pequena forma de homenagear as pessoas que por algum motivo nessa vida passam por alguma limitação, seja ela fisica, motora ou de qualquer outro tipo. Eu sei que estamos avançando cada  vez mais na medicina e também as descobertas de curas de qualquer tipo de doença. Entretanto, ainda não fazem cadeirantes andar de uma forma tão fácil, como se você fosse no Bob's e pedisse um milkshake de células tronco. Temos que viver com as nossas limitações e tentar nos aceitar como somos. E por favor, chega desse papo de se fazer vítima, estamos aqui para coisas maiores. Eu penso, como mulher e também cadeirante e louca que sou, a vida é uma só e nada de trocar rodadas por passos. Eu acho que não me trocaria por uma andante, claro que é tão mais fácil. Eu sei que a vida amorosa como andante seria mais calma, só que sabe de uma coisa. Cansei! Cansei desses caras chatos que ficam me perguntando se sou igual outra mulher, só por não mexer as pernas e meu quadril não estar tão a mostra. Eu sou como sou e pronto, e quem me quiser, vai me aceitar do jeitinho que sou, eu e um monte de mulheres cadeirantes por aí! A gente é igual todo mundo, eu arriscaria escrever que até melhores. (haha)

Beijo grande!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Eu não danço, e daí?

                       

                                                          
Sabe, aquele dia que você levanta não  querendo ser  você,  e sim querendo ser outra pessoa.. Na verdade vou explicar direito, pois ficou confuso. Só queria levantar, sentir os pés e quando os colocasse no piso frio, sentir o gelado como se fosse uma descoberta magnífica. Meu corpo iria se impulsionar sozinho, nem precisaria usar nenhum neurônio pra fazer esse movimento de tão leve em sua plenitude, como uma pessoa normal ficaria de pé. Veria o mundo de outro ângulo, porém ainda serei eu. Tem dias na sua vida que você quer sair batendo a porta do carro sem pensar em cadeira de rodas, sem pensar em toda essa parafernália que carrega consigo e ao mesmo tempo é tão importante na sua vida de cadeirante. Remédios para controlar suas necessidades fisiológicas, só queria ser um pouco mais normal. Será que posso? Mas posso sentar no chão,  amarrar os sapatos, posso tanta coisa, posso desfrutar de momentos que ninguém mais pode, se você souber de quão grandiosa é a vida em seus momentos incríveis podemos perceber de como podemos nos adaptar constantemente com o pouco que temos. Nada é para sempre, então desfrute do que você pode e tem nesse momento.
       Tem dias que você quer dançar mesmo sem saber.. Sentir suas pernas rodopiar, os movimentos, as pessoas te olhando e absurdamente pensando na loucura que você é.. Se eu não sei dançar, e daí? Sempre tento formas e mais formas de aprender, ás vezes troco os passos, esbarro em outras pessoas, caio, levanto e continuo a minha dança. Tem momentos que a sua dança te surpreende, isso que nos faz necessário, a surpresa das vivências.. Não quero saber do que vai acontecer amanhã, só sei que mesmo não sabendo dançar: Teremos uma vida linda, eu sei..
          Um dia um amigo me disse que pra ele seria fácil ser cadeirante, pra ele é cômodo falar isso, pois ele está com suas pernas normais. Ninguém pode julgar outra pessoa sem viver a situação que ela está passando. Nunca deixe ninguém te criticar, pois ninguém sabe o que realmente você está pensando e sentindo naquele momento.   Não estou reclamando de nada é apenas algo que escrevi em um quarta - feira cinzenta. Sou feliz do meu modo, das escolhas que fiz e sei das consequências que irão vir. Sabe, eu tenho sonhos, muitos sonhos e até juvenis e as costas doem, ás vezes dói pra caramba. Eu não me importo que dói e também que eu não sei dançar, só sei que estou aqui como todo mundo, vivendo, aprendendo, reaprendendo e reescrevendo a minha história, a minha vida de uma  "relis" cadeirante e seus problemas juvenis.                                    


Beijo grande!