sexta-feira, 24 de abril de 2015

Cronologia da Felicidade!

     

Quando nascemos somos condicionados a seguir regras. Que regras são essas? Regras que nós criamos dentro do nosso mundo limitado. E fingimos segui-las. Quando criança aprendemos que pra ser feliz é preciso três coisas na vida: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho e quem não seguir essa cronologia não alcançará a felicidade. Grande bobagem!  Como uma boa garota e como gosto de contrariar a vida não fiz nada disso. E como mortais,  somos jogados como asteroides aqui na terra, sem tempo, espaço e futuro... Ninguém me avisou sobre tudo isso. Ninguém me avisou quão complicado iria ser. Ninguém me avisou que nasceria com uma doença rara. Ninguém me avisou que andaria dez anos com muletas e por fim ninguém me avisou que definitivamente eu seria uma cadeirante. Quando tinha doze, treze anos imaginava que com 34 meu mundo seria muito diferente de hoje, ingenuidade pura. Como toda e boa pisciana imaginaria que meu primeiro namorado seria o amor da minha vida e com o mesmo casaria e teria filhos, nós mulheres somos loucas. Loucas pela vida e principalmente pelo amor. Ah! Inconsequente amor, sem nos arriscar de vez em quando, sem nos apaixonar, acho que não conseguiríamos viver. Essa loucura é quando nos sentimos vivas de verdade.  E agora? Bom, agora você vai ter que se virar com todos esses questionamentos e também com essa tal cronologia da sua felicidade. Eu uma pobre mortal, "relis" cadeirante fico sem respostas e sem palavras.  A nossa é realidade é muito outra, e a gente só cresce com as rasteiras que a vida nos dá. Simplesmente eu não acredito nessa cronologia da felicidade, acredito que vivenciamos momentos maravilhosos e não tão bons. Acredito se tudo fosse fácil de conseguir a vida não teria graça.  E a felicidade é a gente que faz.  Na simplicidade que está a mais autêntica forma de ser feliz. E a gente é feliz por quem somos e o que conseguimos na vida, não estou falando somente de dinheiro, claro que também faz parte do nosso mundo, entretanto há momentos, coisas que superam a vida. Existem muitas coisas que nenhum dinheiro do mundo paga.
    Eu quero poucas coisas e muitas coisas ao mesmo tempo, nós, seres humanos somos uma incógnita de complicações, dores e delícias. Espero que você consiga ser o que quer ser, espero que sejas tão feliz nesse caminho chamada vida e também espero que não siga nenhuma cronologia ou script, siga somente uma coisa: o seu coração. Penso que seguir seus sonhos seja um passo para a simples palavra chamada "Felicidade". E mais uma coisa, não ligue para que os outros irão pensar e só porque sou cadeirante que eu vou aceitar qualquer coisa, mesmo tendo em déficit nas pernas, há uma pessoa além das rodas em cima dessa cadeira.
Seja o melhor de ser você.

Beijo grande!

domingo, 5 de abril de 2015

Reaprendendo!

Oi gente!

Saudade daqui!
Eu sei que faz tempo que eu não escrevo nada e sempre estou em dívida com vocês, agora a faculdade tem me tomado algum tempo, mas prometo vir aqui e deixar algum post assim que puder.

Tenho tantas novidades que nem sei por onde começar!

Mas hoje vou falar que consegui desmontar a cadeira e colocar dentro do carro sozinha, e claro que também o contrário! Isso para mim, como cadeirante significa muitíssimo, significa um pouco mais de independência, significa ir mais além, poder fazer algumas coisas básicas para sobreviver sozinha. Ir ao mercado, farmácia, pagar as contas, e o mais importante sem ajuda de ninguém.

E sabe como me senti? Me senti como qualquer pessoa, que pode ir e vir, mesmo com as minhas rodinhas. Ahhh, mas você vai falar: Tuigue, antes você não se sentia como qualquer pessoa? Claro que me sentia, mas esse sentimento de ir e vir sozinha é único, não ficar esperando pelas pessoas, pra desmontar e montar a cadeira... Também recomecei a dirigir, outra coisa que tinha deixado pra lá, e  até me surpreendendo comigo mesma! :D  Não quero ser melhor que ninguém, só quero ter meu grito de Independência como D pedro I o fez!  Claro que desmontar e montar a cadeira leva tempo e ainda estou me acostumando, principalmente na hora de estacionar o carro (risos). As vagas quase sempre não estão nas medidas exatas, e às vezes tenho que colocar o carro em um estacionamento estratégico para que outro carro não estacione tão perto do meu que eu tenha que esperar ou chamar a pessoa. Mas é tudo experiência e está sendo muito gratificante para essa cadeirante que vos escreve.

Beijos cadeirantes!