quinta-feira, 30 de março de 2017

Antes do amor

Imagem do arquivo pessoal.

Antes do amor fomos amigos por longos anos, desde a infância.  Nossos gostos sempre combinavam, seja na música, teatro ou cinema. Antes do amor sentávamos naquela lanchonete antiga bem anos setenta e dividíamos um x-burguer gigante, enquanto ríamos das nossas histórias adolescentes. 
Compartilhamos as baladas inesquecíveis, as bebedeiras, os mesmos amigos, as mesmas loucuras, porém nunca avançaram o sinal.

Antes do amor estudávamos na mesma escola, fomos para a mesma faculdade, a presença um do outro era constante. A presença um do outro nos contaminávamos de uma maneira desesperadora.
Certo ou errado? Nunca saberíamos sem antes experimentar esse sentimento de amor. No cinema nunca ousamos pegar na mão. Não era a hora, pensávamos em conjunção. E os dois lá no fundo nutriam uma esperança de um amor correspondido. Tentamos alguns encontros, mas o beijo não aconteceu, não foi a hora, não foi o dia e a vida seguia desesperada.

Antes do amor, eles não se desgrudavam todos os dias que podiam se viam, no parque, na vida e contavam histórias démodés sobre a vida, os sentimentos que não cabiam no peito. Ele olhou para ela em um dia e ficaram anestesiados com o olhar um do outro. Sem falar nada, sem piscar, aquele olhar ficou por longos segundos até que ele não segurou e a beijou.


Tarde? Não, nunca é tarde, no entanto poderiam viver esse amor mais precocemente. Nunca esqueça de falar, de demonstrar, o quanto você ama aquela pessoa. Para que perder tempo? A vida é breve. O tempo, bom esse minha amiga ele passa tão depressa que você não será capaz de senti-lo escapar de suas mãos.  Demonstre tanto quanto for capaz e não esqueça de ter gratidão com os momentos maravilhosos que acontecem ao seu redor. 

Texto publicado originalmente no Jornal: A Novidade.