Imagem do arquivo pessoal. |
Antes do amor fomos amigos por longos anos, desde a
infância. Nossos gostos sempre combinavam,
seja na música, teatro ou cinema. Antes do amor sentávamos naquela lanchonete
antiga bem anos setenta e dividíamos um x-burguer gigante, enquanto ríamos das
nossas histórias adolescentes.
Compartilhamos as baladas inesquecíveis, as
bebedeiras, os mesmos amigos, as mesmas loucuras, porém nunca avançaram o
sinal.
Antes do amor estudávamos na mesma escola, fomos para a
mesma faculdade, a presença um do outro era constante. A presença um do outro
nos contaminávamos de uma maneira desesperadora.
Certo ou errado? Nunca saberíamos sem antes experimentar
esse sentimento de amor. No cinema nunca ousamos pegar na mão. Não era a hora, pensávamos
em conjunção. E os dois lá no fundo nutriam uma esperança de um amor
correspondido. Tentamos alguns encontros, mas o beijo não aconteceu, não foi a
hora, não foi o dia e a vida seguia desesperada.
Antes do amor, eles não se desgrudavam todos os dias que
podiam se viam, no parque, na vida e contavam histórias démodés sobre a vida,
os sentimentos que não cabiam no peito. Ele olhou para ela em um dia e ficaram
anestesiados com o olhar um do outro. Sem falar nada, sem piscar, aquele olhar
ficou por longos segundos até que ele não segurou e a beijou.
Tarde? Não, nunca é tarde, no entanto poderiam viver esse
amor mais precocemente. Nunca esqueça de falar, de demonstrar, o quanto você ama
aquela pessoa. Para que perder tempo? A vida é breve. O tempo, bom esse minha
amiga ele passa tão depressa que você não será capaz de senti-lo escapar de
suas mãos. Demonstre tanto quanto for
capaz e não esqueça de ter gratidão com os momentos maravilhosos que acontecem
ao seu redor.
Texto publicado originalmente no Jornal: A Novidade.
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