sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A liberdade de amar

Depois que passou alguns meses do Dia dos Namorados e você assistiu àquelas declarações nas redes sociais, porém conseguiu sobreviver sem enlouquecer, porque está sozinha, parabéns! Finalmente, você cresceu e percebeu quão importante essa fase é na sua vida. Não quer alguém não só por ficar e muito menos alguém pela metade.  Essa etapa já passou. Até se questiona se há algo de errado com você, ou até cogita a ideia  que não nasceu para isso, no entanto esse tempo sozinha é necessário para autoconhecimento. 

Você percebeu que a felicidade não está agregada a pessoas, e, sim, você. Não quer apenas um cara bonito com barba bem feita e que fale sobre política e economia como ninguém. Quer alguém para dar esse amor enrustido dentro de você por amores mal sucedidos , aquele amor guardado a sete chaves e que um dia você sonhou viver. Almeja aquele cara chato que compartilha todas  as suas loucuras, aquele que vibra com o seu crescimento tanto pessoal quanto profissional. Aquele que divide uma pizza no final de domingo, que manda flores sem data especial e esquece o aniversário de namoro de vocês. Aquele que é parceiro, que soma, que seu estômago se embrulha como um enxame de borboletas quando ele te lança aquele olhar que só você pode identificar. Você sente falta de tudo isso e muito mais. E só quer o cara que vai te fazer voar no sentido figurado, ou sentir os sinos baterem quando o beijar. 

Saberá que terá que aceitar todos os amigos que vieram antes de você, e respeitar sua individualidade e liberdade, Afinal, não será uma só pessoa, e, sim, duas pessoas diferentes, com anseios, desejos e loucuras que só vocês reconhecerão. Então, você pensa em tudo isso e logo lembra da palavra medo. Medo de não identificar diante da multidão. Existirá urgência em amar e reconhecê-lo, porém o amor é benigno e paciente, não tem pressa.

Quando você pensa no amor, sua área de conforto logo se aflige, preguiça, medo e o tempo passando e as pessoas te pressionando. Você está sozinha porque quer, primeiro por sua escolha própria; segundo, por não querer apenas uma pessoa que preencha seu vazio. Você espera conhecer alguém que valerá  a pena não estar sozinha realmente. 

Texto publicado originalmente no Jornal A Novidade em 25/09/2015

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Sentindo a música



Como o mundo seria um pouco melhor se todos nós escutássemos música boa, de qualidade, brasileira.  Paro e penso, quem sou eu para dizer o que é bom ou não. Para dizer que você deveria escutar, ou não.  Tantas vezes nos julgamos superiores as outras pessoas por gostar de tal estilo musical. Raramente ousamos a escutar outros estilos, às vezes por puro desconhecimento. Não vou dizer que vou amar funk, mas até me arriscaria ouvir um samba na voz marcante da Cássia Eller.   Música é música em qualquer lugar do mundo. Às vezes nos identificamos mais com a batida do rock, com a sonoridade que aquele estilo oferece, com a voz do vocalista, com as letras e isso nos retrata de uma certa forma o nosso gosto. A música nos invade de uma maneira avassaladora, nos deixa sem sentidos. Ela sensibiliza, e até nos transporta para lugares que nunca pensamos. 

Ela captura como uma câmera, e deixa exposto o que existe melhor em nós: A nossa essência, nossa loucura, e até a nossa identidade está sendo descoberta através de uma simples música que ouvimos.
Para ter uma ideia como a música tem um papel importante na nossa vida. As pessoas com deficiência auditiva conseguem ouvir a vibração da música. Como? Nunca ouviu falar:  Sinta a música. Então, é assim que as pessoas surdas conseguem ouvir música, sentindo a vibração. Li uma matéria sobre surdos que realizam raves para pessoas também surdas e fazem muito sucesso, as chamadas (“Deaf Raves”) Festas surdas em diferentes lugares do Reino Unido (e do mundo).  A música tem um significado muito maior para quem tem deficiência considerada grave. Por exemplo, existe até tenores autistas e por aí vai.  


A música tem o poder de transcender, ela afeta nossas emoções de uma maneira selvagem. Quem não anda consegue ter suingue em uma cadeira de rodas, os que não ouvem conseguem ouvir literalmente seus batimentos: o do coração. Aqueles que não falam: se expressam pelo corpo e os que não veem aguçam todos os seus sentidos. Alcançáveis e inalcançáveis. Quem dera todos nós tivéssemos esse poder de sentir. Reclamamos com a falta da música de qualidade, e esquecemos do nosso maior sentido, sentir a sonoridade mesmo que seja de uma maneira totalmente diferente. Algumas pessoas só queriam ouvir, andar, falar, ver. Porém, essas pessoas sentem a sua música do seu jeito, às vezes nem mesmo conseguindo sentir os sentidos que lhes faltam.

Beijos enormes! 

Texto publicado originalmente no Jornal: A Novidade em 18/09/2015

domingo, 13 de setembro de 2015

Da série: Para gostar de ler.

O Apanhador no Campo de Centeio.

Oii Gente!

Hoje terminei  o livro O Apanhador no Campo de Centeio que é um romance do escritor americano J. D. Salinger. Publicado inicialmente em formato de revista, entre 1945-1946 nos Estados Unidos, foi posteriormente editado no formato de livro em 1951 tornando-se um dos romances mais lidos do país. Existe algumas curiosidades que rondam esse livro: 

- O assassino do Jonh Lennon estava lendo o "Apanhador no Campo de Centeio", minutos antes de cometer o crime e da obra teria tirado a inspiração para matar John. 
- Green Day e Gun's Roses gravaram músicas inspiradas no livro.
- O desenho South Park teve um episódio"A Historia de Scrootie Sodomita" baseado na obra. 
-  No filme "Teoria da Conspiração", Mel Gibson faz o papel de um motorista de táxi psicótico, que acha que todos estão contra ele, e possui uma compulsão em comprar diariamente o livro "O Apanhador no Campo de Centeio", e que em sua casa há milhares de exemplares dessa obra. 


Ai você vai me perguntar. O que esse livro tem? Qual seu enredo principal? Simplesmente não tem. O livro é todo narrado em primeira pessoa, como se o Holden Caulfild estivesse com 17 anos ainda hoje e estivesse narrando sua história.  Ficava me perguntando o que ia acontecer, pois a falta de história, e o vocabulário vasto de palavrões que o protagonista possuía era exorbitante. Nunca lutei tanto para terminar de ler um livro,  só que chegou uma parte que o livro me pegou e eu não consegui mais largar do mesmo até que terminei, com louvor. 

O Holden é  um típico adolescente, mimado, mau amado, individualista e que narra seus amores, desamores, ódio, sua visão do futuro e toda insegurança. Mas, o que me pegou foi o seu amor quase que venerado por sua irmã mais nova Phoebe de dez anos, acredite se quiser, mas o Holden também tem um coração. É bonito de se ler quando ele fala da sua irmã e demonstra todo seu amor por ela. Na verdade é  que um dia nós todos tivemos um pouco do Holden, quando adolescentes. Quem nunca teve insegurança, e medo do futuro? Quem nunca ficou em cima do muro? Porém, quando li a ultima frase do livro fiquei com um sentimento de esperança, com um sorriso nos lábios, acho que já esbarrei com ele por aí, em algum lugar. O fim é vago, parece que vai vir muitas e muitas páginas adiante. Valeu Holden, por me lembrar de como é difícil ser adolescente, (que um dia também fui) mesmo com toda a insegurança que o mundo nos oferece, um dia a gente cresce e tudo muda Todas as mudanças do  nosso ser e da nossa vida nos tornam mais fortes e quem sabe preparados para o futuro. 


"Pra dizer a verdade, eu estava a ponto de chorar de tão feliz que me sentia. É que ela estava tão bonita, do jeito que passava rodando e rodando, de casaco azul e tudo. Puxa, só  agente estando lá para ver."

 
 Beijos enormes!
 

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Que a força esteja com você

Oi genteee!

Comecei outra vez a fisioterapia,  o certo seria recomecei. Recomeços, refazer, reencontros, respirar e não reclamar. São tantos verbos com "Re" que fiquei um pouco confusa. No entanto, o importante é recomeçar, pois o que mais preciso ultimamente é força. Força nos braços, nas pernas, e principalmente no tronco, perdi um pouco de equilíbrio do mesmo, consideravelmente. Tenho me sentido um pouco fraca. Que no dicionário formal significa abatida, sem intensidade, com pouca consistência. Cada um avalia a palavra fraca do jeito que bem entender, somos livres para interpretar a nossa fraqueza da melhor forma que pudermos.  Mas, também podemos sentir  fraqueza de não poder levantar uma perna, pode-se dizer que a fraqueza também seja um sentimento. Eu sei que às vezes nós, seres humanos, nos sentimentos fracos como pessoas, mas o bom disso tudo é poder recomeçar. Todo mundo sabe que é clichê, porém os clichês também são necessários para nos tornarmos mais fortes.




 Vou recomeçar com a roda direita e logo estarei mais forte, de todas as maneiras possíveis, tangíveis. Preciso ficar assim e com aquele charme de levantar a perna direita até mais um bocado de anos. Tenho tantas coisas pra fazer, o estágio da faculdade começando, o blog aqui que tenho deixado um pouco de lado e preciso retomar os posts sobre deficiência. Desculpa gente, ás vezes o tempo passa tão depressa que quando piscamos os olhos já estamos em setembro novamente. Agora também tem o jornal, que preciso um texto mais elaborado, com temas que não seja só deficiência. Tem sido um desafio, no entanto estou gostando muito. Às vezes fico um pouco perdida, que tema escrever, o que abordar e como. No entanto, acho que as pessoas estão gostando, e isso é um ponto positivo. Ainda estou aprendendo a escrever e por em prática tudo o que penso, vejo e ouço por aí.

Alguns dias atrás estava sem nenhuma inspiração para escrever e fui lendo alguns textos do blog, antigos, e percebi como melhorei no ato de escrever, como cresci e como meus textos agora são menos confusos. (risos)
Penso que tudo isso vale muito, as nossas conquistas das nossas fraquezas. Quando desistimos de alguma coisa que sonhávamos muito naquele momento não estamos sendo fracos, pelo contrário, estamos sendo fortes em desistir de algo que queríamos muito. Mas, com o tempo aquele sonho ainda fica nos espinhando e a gente pode recomeçar tudo de novo, do zero. Isso sim, é ser forte, recomeçar todos os dias, mesmo que pareça impossível. A vida é um pouco isso, vivenciamos as impossibilidades, analisamos e depois realizamos.

Que a força sempre esteja com você.

Beijos enormes!

domingo, 6 de setembro de 2015

Uma tal de Laura Maria

Quando temos um perfil em uma rede social, qualquer que seja, estamos expostos na internet e qualquer pessoa pode ter acesso aos nossos arquivos e fazer o que bem entende. A gente se sente desprotegido, desnuda em um mundo cada vez mais virtual, com a ânsia de curtir, compartilhar e postar.  Somos condenados a mostrar nossa vida “feliz” entre viagens, céu, cerveja e o cachorro de raça fofa. Eu confesso que adoro postar foto.   Às vezes, penso que seja um tipo de vicio descomungado.  


 Então,  na semana passada descobri um perfil  fake com uma das minhas fotos, uma das primeiras que postei no facebook. Lá estava uma tal de Laura Maria com uma fotografia minha. É estranho, e também pode se dizer bizarro.  Tantas opções na internet se escancaram. Se você quer se esconder, pode usar imagens de flores, céus, borboletas, leoas, e os animais que mais imaginar.  Sabe-se o que essa pessoa estaria pensando, o que queria descobrir, ou até fazer. Na internet pode- se tudo, mas o que mais me intrigou foi o fato de usar a foto de uma pessoa desconhecida. 


O que ela estaria pensando naquele momento. Mesmo tendo errado, ela deve ter seus medos, anseios e até quem sabe pensamento equivocados. Nunca sabemos o que pode acontecer na internet, e nós estamos sujeitos a quase tudo, já que uma simples foto pode causar tanto transtorno para outra pessoa. Ela estaria com dificuldades em relacionamentos familiares? Teria uma falha na personalidade? Ou quem sabe até queria se vingar de um namorado?

 Bom, na minha humilde opinião, mesmo tendo muitos pensamentos que às vezes, estão fora dos padrões,  temos que tentar sempre levar a vida para o lado mais positivo, e a prioridade disso também é não causar nenhum dano a outras pessoas.  E se acontecesse o mesmo com a tal Laura Maria?
 Será que ela estaria indignada?  E sua atitude perante um perfil fake, qual seria? E será mesmo que é uma mulher? Debaixo desses perfis há peles, sentimentos e emoções que ninguém pode descobrir. Estamos reféns de um mundo cada vez mais maluco, entretanto acredito que  há pessoas que ainda fazem diferença. Acredito naqueles que querem o bem, que fazem momentos bons. A gente planta doces para colher doces. Acho que isso é que vale a pena na vida:  a beleza de viver uma vida sem perfis fakes e pessoas querendo se esconder o tempo todo.


Beijo grande. 

Texto publicado originalmente no Jornal : A Novidade em 04/09/2015