quarta-feira, 20 de maio de 2015

Eu não danço, e daí?

                       

                                                          
Sabe, aquele dia que você levanta não  querendo ser  você,  e sim querendo ser outra pessoa.. Na verdade vou explicar direito, pois ficou confuso. Só queria levantar, sentir os pés e quando os colocasse no piso frio, sentir o gelado como se fosse uma descoberta magnífica. Meu corpo iria se impulsionar sozinho, nem precisaria usar nenhum neurônio pra fazer esse movimento de tão leve em sua plenitude, como uma pessoa normal ficaria de pé. Veria o mundo de outro ângulo, porém ainda serei eu. Tem dias na sua vida que você quer sair batendo a porta do carro sem pensar em cadeira de rodas, sem pensar em toda essa parafernália que carrega consigo e ao mesmo tempo é tão importante na sua vida de cadeirante. Remédios para controlar suas necessidades fisiológicas, só queria ser um pouco mais normal. Será que posso? Mas posso sentar no chão,  amarrar os sapatos, posso tanta coisa, posso desfrutar de momentos que ninguém mais pode, se você souber de quão grandiosa é a vida em seus momentos incríveis podemos perceber de como podemos nos adaptar constantemente com o pouco que temos. Nada é para sempre, então desfrute do que você pode e tem nesse momento.
       Tem dias que você quer dançar mesmo sem saber.. Sentir suas pernas rodopiar, os movimentos, as pessoas te olhando e absurdamente pensando na loucura que você é.. Se eu não sei dançar, e daí? Sempre tento formas e mais formas de aprender, ás vezes troco os passos, esbarro em outras pessoas, caio, levanto e continuo a minha dança. Tem momentos que a sua dança te surpreende, isso que nos faz necessário, a surpresa das vivências.. Não quero saber do que vai acontecer amanhã, só sei que mesmo não sabendo dançar: Teremos uma vida linda, eu sei..
          Um dia um amigo me disse que pra ele seria fácil ser cadeirante, pra ele é cômodo falar isso, pois ele está com suas pernas normais. Ninguém pode julgar outra pessoa sem viver a situação que ela está passando. Nunca deixe ninguém te criticar, pois ninguém sabe o que realmente você está pensando e sentindo naquele momento.   Não estou reclamando de nada é apenas algo que escrevi em um quarta - feira cinzenta. Sou feliz do meu modo, das escolhas que fiz e sei das consequências que irão vir. Sabe, eu tenho sonhos, muitos sonhos e até juvenis e as costas doem, ás vezes dói pra caramba. Eu não me importo que dói e também que eu não sei dançar, só sei que estou aqui como todo mundo, vivendo, aprendendo, reaprendendo e reescrevendo a minha história, a minha vida de uma  "relis" cadeirante e seus problemas juvenis.                                    


Beijo grande!
     

Um comentário:

  1. E lendo suas emoções,eu a vi rodopiando....bailando...linda e sorridente. Você sabe dançar a vida e esta, é a dança mais incrível de todas. Beijos meus

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