sábado, 12 de dezembro de 2015

Todo dia é dia

No último dia três de dezembro foi comemorado o dia internacional da deficiência. As redes sociais se entulharam de fotos e textos para as homenagens. Claro, que dias como esses são para serem lembrados, como dia do professor, dia das crianças. É uma forma de materializar que existimos, que estamos aqui, talvez inalcançável, para chamar a atenção dos outros: Olha eu aqui, eu existo!

 Mesmo que em raras vezes somos percebidos diante da multidão. Queremos sim, sermos lembrados, no entanto não por dias específicos em comemorações, queremos ser lembrados todos os dias. Diante das adversidades que enfrentamos, principalmente arquitetônicas.



Queremos ser lembrados quando não há rampa em lugares que também devemos ir, queremos ser lembrados quando não há elevadores, queremos ser lembrados pela falta de vagas para deficientes.
Queremos também ser lembrados quando alguém não respeita a vaga para deficientes, queremos ser lembrados pela falta de cadeiras, e qualquer tipo de acessório que precisamos e que surgem no mercado com valores abusivos. Queremos ser lembrados pela falta de respeito com as pessoas com alguma dificuldade. Queremos ser lembrados quando há preconceito por qualquer motivo e isso não toleramos. Queremos ser lembrados quando há gente sem noção, com perguntas mais sem noção ainda.

Há muitas histórias que rondam a exclusão das pessoas com deficiência.  Exemplo disso é que na Roma Antiga, tanto os nobres como os plebeus tinham permissão para sacrificar os filhos que nasciam com algum tipo de deficiência. Da mesma forma, em Esparta, os bebês e as pessoas que adquiriam alguma deficiência eram lançados ao mar ou em precipícios.

Sei que ainda há muito o que se conquistar, entretanto estamos em um caminho longo, e aos poucos as pessoas estão cada vez mais tendo a oportunidade de conviver com a diferença. E quem falou que todos nós não temos alguma limitação na vida? Estamos apenas sendo aprendizes. E a possibilidade da diferença nos dá um ganho muito maior de vida e de aprendizado que todos somos normais segundo as nossas próprias perspectivas. Todo dia é dia de aprender, e olhar para o mundo com um olhar mais baixo como o de um cadeirante, ou um olhar mais desfocado daqueles que perderam um pouco a visão, alguns tem dificuldade de ouvir as vozes que o mundo nos oferece. Porém, uma coisa eu tenho certeza: que todos nós estamos aqui para fazer o nosso melhor. Seja gentil e siga em frente, 
o resto: bom, ele sempre acontece.

Texto publicado originalmente no Jornal: A Novidade em 10/12/2015

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