terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Um delírio!

Sabe que ser cadeirante tem lá suas desvantagens , mais como todo mundo também tem suas vantagens digam se de passagem... Vocês sabem que não sou dessas pessoas de arrastar correntes por minha condição física... Claro como todo o ser humano, tenho meus anseios, medos, desejos e alegrias...Mais ser cadeirante me proporcionou uma vida mais leve e livre, sem carregar nas costas o peso das minhas pernas, minhas muletas foram deixadas para trás, mais as rodas tomaram o lugar delas... Claro que depois de algumas tempestades e de pensar muito e muito eis que surgem alguns fragmentos de uma lesada, as pernas não funcionam muito bem mais a cabeça ainda está em perfeita forma, pensando mil coisas... Perfeito ninguém é!!! Estamos nesse mundo que se transforma em verdadeiro caos! Então depois de uma noite sem dormir e várias mensagens no celular que eu mesmo digitei... (Louca)
Esse texto surge de uma noite de insônia onde o vento batia na janela vazia, as pernas parada em uma cama, estagnada sem tristeza ou rancor, só ali paradas como se em nenhum momento elas tivessem um dia algum movimento escondido entre os nervos, ossos e músculos... Elas estavam inertes como alguém que para por algum segundo e fica num estado de graça... Eu ainda sinto com toda a minha força, elas um dia correram, andaram, subiram escadas e como um momento de graça sua força foi deixada pra trás como o tempo que passa no relógio velho, antigo de algum lugar de alguma cidade que não coloquei meus pés... As calçadas estão cada vez mais altas e agora eu só posso andar com as rodas, minhas rodas não alcançam à altura que se põem na cidade... Sou alguém com uma ruptura, sem imaginação, a imagem congelou e estou ali sentada naquela cadeira, não sinto calor ou frio, na verdade não sinto nada.. Meu corpo é como uma estátua de pedra. Eis que a vida surge, e as cores vem aparecendo devagar entre os verdes das plantas, o cinza do asfalto, do concreto, a cadeira já torna vermelha cor de sangue, a mesma cor que corre nas minhas veias... Sou eu de novo, simples de alma limpa!!! Renasci entre essa cor cinza!!! Refiz-me outra vez!
Sou eu e mais ninguém, simplesmente eu...

Beijos no core!

2 comentários:

  1. Oi, amiga!

    Seu texto é muito profundo, sim... e reflete o estado de sua alma naquele momento... às vezes dói e é preciso colocar pra fora a dor em forma de palavras, ou ao menos fazer algo para que outras pessoas entendam o que nem dá pra explicar com palavras, não é? Mas, o bom disso tudo é que essas coisas passam e outro dia nasce e nos mostra um novo começo, uma chance de fazer tudo, ou pensar tudo de outra forma! Isso não é privilégio de uma pessoa com limitações físicas, aqueles que não tem tantas limitações também se sentem assim de vez em quando... eu acho que alguns até mais do que uma pessoa que precise de muletas ou cadeira de rodas pra se locomover! Isso nos faz todos iguais, querida!

    Xero,

    Drica.

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  2. É isso aí Drica... Todo mundo tem seus dias de tristeza, mais o importante é ser feliz da forma que você é!!! hehe
    Obrigada pelo carinho!!! Beijos e volte quando puder!!!

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