quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Ser solidão



Nós vivemos rodeados de pessoas, seja no trabalho, no círculo de amigos, na faculdade, amigos de infância e por fim na nossa família. Somos um emaranhado de pessoas, com ideias, gostos, culturas diferentes, mas com algo em comum. Todo mundo alguma vez na vida já se sentiu só. E não estou escrevendo sobre a solidão dos pares; amores românticos e afins. Estou me  direcionando por outro tipo de solidão: a solidão de estar apenas com você.  Atire a primeira pedra quem nunca na vida se sentiu só, mesmo rodeado de gente, pensamento distante por não querer estar ali, naquele lugar e instante. Pessoas amigas, namorados que não nos identificamos mais.

Solidão mesmo que ociosa e latente nos faz ver o mundo com outros olhos. É sempre bom parar e pensar no regimento do mundo, de todas as coisas que nos rodeiam. Observe minuciosamente cada detalhe, a funcionalidade do todo. Quase sempre é muito proveitoso.  Estar só não é só poesia, ela nos arremessa para o outro lado do muro, e você terá que conseguir cair sentada sem nenhum arranhão.

Solidão pode ser romantismo puro, no entanto não é comovente.  Solidão não é ser, é estar por um tempo determinado – minutos- milésimo de segundos e acabou. Estar só nos faz crescer, compreender e amadurecer. Não é sempre que estamos no controle de tudo, o tempo todo. Solidão não significa tristeza, significa desfrutar desse momento; do hoje; do agora. Relaxe, sinta-se  leve e viva o que há para se viver. 

Olhe pelo lado positivo. A solidão quase sempre pode ser uma boa companheira, que não pode ser ignorada nos dias longos.  Você pode mergulhar nos mais diversos assuntos em formas de livros. Ir ao cinema sozinha também tem seu lado positivo:  a pipoca é toda sua.  Caminhe na beira-mar, faça um pouco de exercício- seus joelhos agradecem. Tomar um café e observar as pessoas que nos rodeiam.

 Em outro momento, seus dias se enchem com mais fervor como ocorre os adolescentes. Risadas por todos os lados, a casa cheia, com cheiro da comida que vem da cozinha.  Na sala mais e mais gargalhadas escancaradas, não tem mais lugar para nada. Derramaram vinho no seu lençol novo. De repente tudo se esvazia novamente. Você se senta com uma taça da vinho na mão, cruza as pernas e um sorriso nos lábios surge: Está feliz por estar ali.

 Texto Impresso Originalmente no Jornal: A Novidade

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