Ela estava no palco com seus converse preto de cano alto, meias arrastão, calça jeans rasgada e uma camiseta antiga do nirvana, com uma maquiagem pesada, batom e esmaltes vermelhos, enquanto o som da sua voz ecoava para as poucas pessoas naquele local. Valentina amava o que fazia, a sua música, o violão tudo aquilo lhe bastava. Suas amigas sempre lhe falavam que ela devia mudar seu rumo, no entanto não lhe dava ouvidos. Só lhe faltava uma coisa na vida: alguém para contar suas idiotices depois de qualquer show. Alguém para que ela se sentisse realizada em relação a ela mesma.
Valentina estava na sua melhor fase da vida, tinha 25 anos, morava sozinha, com o pouco que ganhava em cachês e suas traduções dava de manter a vida razoavelmente. Gostava de sentir a noite e tudo que se relacionava a ela. Adorava escrever a noite, onde se inspirava mais, e também a produção era mais frenética. Sempre tinha alguns fãs por onde passava. Não sabia de onde surgia, pois, suas apresentações se resumiam a bares e pubs noturnos. Também se dedicava as suas traduções e seu sonho é escrever um livro de rock para criança. Ela tinha uma relação muito afetuosa com elas.
No entanto, ultimamente nas suas apresentações especificamente em um pub no centro da sua cidade, sempre aparece um homem com mais de trinta anos com barba ruiva e cabelos castanhos claros. Ele sempre está lá com seu copo de energético curtindo o rock intenso de Valentina. Toda semana ela espera ansiosa para encontra-lo, especificamente quando ela toca sua música acústica ele sempre está lá, bem na frente dos seus olhos verdes claros. Nos últimos dias ela tem tocado essa música em quase todas as suas apresentações. Talvez seja uma forma de lhe sentir por perto. Mesmo não o conhecendo, nem ao menos sabe seu nome ela sente uma vibração boa quando seus olhos se encontram.
Em um dia qualquer depois de encontrar o moço da barba ruiva e nem trocado uma palavra sequer com o mesmo. Ela chega em casa exausta depois de um dia intenso de trabalho, pensa que merece um dia de folga. Antes de dormir sempre abre o computador para checar seus e-mails e sua página profissional. Quando ela abre o facebook logo acusa uma notificação, alguém curtiu sua página. Quando ela abre mal pode acreditar, é o moço da barba ruiva. Ela olha seu perfil curiosamente e manda um convite da sua página pessoal. Vai dormir com um sorriso no rosto e um nome na sua cabeça: Luiz Felipe.
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