Hoje acordei mais cedo que de costume já pensando o que iria escrever. Sentei-me na frente do computador abri o programa que normalmente escrevo. A folha em branco surgiu na frente dos meus olhos como dos outros dias, o cursor piscava em uma velocidade que não estava acostumada, ou não o observei minuciosamente das outras vezes. Digitei o título como sempre, pois é dessa maneira que começo a escrever. É estranho? Talvez, no entanto com o título gritando para os meus pensamentos confusos e complexos é que me concentro no que realmente quero passar para a folha em branco.
Nesse dia escrevi parágrafos e mais parágrafos, os mesmos
eram desconexos não faziam parte do eu cadeirante ou romântica, a vida estava
em pausa como o cursor piscando freneticamente na minha frente. O delete foi a tecla que mais usei para
apagar todos os erros e também os acertos de um texto que não saia da minha
caixa preta: a memória.
Na vida não existe rascunho ou delete para poder apagar todos os erros, as chances que deixamos
escapar entre nossos dedos. Não podemos passar a limpo, temos somente o agora
para fazer nosso melhor. Não importa se pensamos que é clichê ou não. Não
podemos ficar sem inspiração para escrever a história na nossa vida, cada
segundo que passa mais e mais cobranças que irão aparecer na nossa frente. A
vida é fácil e ao mesmo tempo muito tênue.
Não temos noção do que fazer e quase sempre demoramos muito
para entender quem somos, e todas as
dificuldades que passamos para podermos acumular experiências vividas. Porém, um
dia será lembrada como quem contasse uma história infantil.
Mesmo com o cursor piscando, escrevi algo, mesmo sem
inspiração a vida continua lá fora. Buzinas por todos os lados, é audível o
barulho e a entonação da paciência esgotada. Às vezes precisamos de calma, tempo,
precisamos do ar que está lá fora nos dias nublados. Nós somos apenas humanos
vivendo em um mundo cada vez mais louco: precisamos de paz, de vida, da
tranquilidade que nos aquece, do sol que nos renova. Mesmo sem inspiração consegui
escrever essas pequenas palavras. Eu estou escrevendo um livro: de alguns sentimentos
relapsos. Desculpe aí, eu também sou humana e a inspiração me faltou em um dia
de outono.
Publicado originalmente no Jornal: A Novidade.
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