Ele é do tipo antigo, rústico, ou qualquer uma dessas
palavras não poderia decifrá-lo. É apaixonado por velocidade, rodas e tudo
referente a carros, o típico homem do século atual. Ela é daquelas garotas românticas, algumas
vezes independentes só por fora, pois por dentro almeja alguém que a proteja e
literalmente fique ao seu lado para sempre. Ele diretor de uma empresa que está
ganhando mercado. Ela estudante, só que seu foco principal é se tornar uma
escritora, talvez uma romancista de sucesso.
Os dois vivem longe um do outro, com os dias atribulados de
afazeres e nem por isso deixam de acreditar no amor. Os dois são singulares e
talvez não se reconheçam como tal. Ele no mundinho dele, suas notas pra pagar,
contando cada centavo e esticando o orçamento para conseguir se estabilizar
como um empreendedor de sucesso. Ela com
seus livros e mais livros, anotando todas as ideias que surgem em sua mente como
um relâmpago. Sua pequena casa infestada de papeis e anotações por todos os
lados. Um dia desses até encontrou blocos dentro da geladeira do lado da torta
de limão que a mesma preparou e sorrio por dentro de satisfação por nunca
deixar de ser ela mesma.
O sonho dela é a pluralidade em sua casa, alguém no fim do
dia para dividir os momentos bons e também os não tão fáceis da vida. Falar de
como foi estressante seu trabalho, ou como foi difícil de lidar com seu lado
criativo como uma futura romancista. Quer a casa cheia de amor, quadros na
parede escolhido pelos dois, cada detalhe com os gostos misturados, mesmo não o
conhecendo. Quer sentir todas as diferenças que os dois podem ter, gostos
diferentes, porém no fim de tudo a vida vai valer a pena.
Ele só quer alguém que divida uma cerveja no fim do dia,
estique as pernas e fique conversando sobre os casos da empresa que não deram
certo. No fundo ele pode ser rústico ao quadrado, só que seu coração está
aberto sem travas e trancas. Apto ao romance. Ele é daqueles caras certinhos,
onde tudo tem seu lugar e hora, não extravasa, entretanto seu sorriso conquista
qualquer pessoa.
Em um dia qualquer sem saber a hora exata que seus corações
irão disparar e enfrentar toda a multidão. Ela foi até a padaria comprar algo
doce pra comer, ele teve que levar o celular na assistência técnica, não estava
mais carregando. Os dois caminhando e fazendo um caminho totalmente contrário.
E numa conexão fora do comum, ele se lembra de que precisa comprar algo para
comer. No caminho que suas pernas o levam e seus passos pesados encontram a
direção certa, ele encontra uma moça parada na vitrine olhando sapatos. Ele
chega perto e pergunta: gosta de sapatos?
Beijos enormes!
Texto publicado originalmente no Jornal: A Novidade
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