Lucas chegou ao Chile muito empolgado com tudo o que seus olhos conseguiram fotografar pelos vidros do táxi do aeroporto até o Hotel em que se hospedará. Instantaneamente se lembrava daquela imagem que viu no café do aeroporto, do sol entrando pela janela, enquanto ela segurava uma xícara de café e folheava alguma revista de moda, uma imagem extremamente genuína, porém de tirar o folego de qualquer fotógrafo.
Lucas fotografou tudo o que imaginou para aquela viagem,
também estava separando umas imagens para a exposição que iria fazer em Porto
Alegre, onde o tema era: anônimos.
E ela a moça do café também fez tudo o que
queria naquela viagem, mas seu cérebro sempre via a imagem de Lucas, o sorriso
e os olhos verdes que ela não tirou mais da fotografia da sua memória. Ela
trouxe tênis, sapatos e roupas esportistas. Tirou fotos, registrou alguns
lugares incríveis e até compartilhou pelas redes sociais.
Quinze dias se passaram e então, o celular de Lucas toca e é ela, Amanda. Os dois se cumprimentam e Lucas lembrou que não sabia seu nome, ou
não lembrava. Amanda falou que já fizera o que queria fazer e já visitara
alguns lugares onde queria conhecer, Lucas sorriu por dentro imaginando como
aquela garota de saltos altos conseguiu sobreviver naquele lugar.
Os dois marcaram um café no fim da tarde em
algum lugar desconhecido, quem sabe ficaria na lembrança dos mesmos.
Eles foram o mais joviais possíveis, e a conversa rolou
solta como se fossem dois amigos de infância, falaram das expectativas sobre a
vida, carreira, família. Falaram mais da vida de cada um, seus gostos sobre
música, filmes e fotografia. Então Lucas a convidou para a sua exposição em
Porto Alegre no meio de novembro, ela agradeceu o convite e disse que iria
comparecer. Os dois se despediram e foram para seus respectivos Hotéis. Lucas
pensou muito em Amanda e vice-versa.
Amanda ficou mais duas semanas no Chile e
voltou para o Brasil. ele voltou na mesma semana do encontro no café. Quando Amanda chegou em casa da viagem viu uma cesta de flores do campo na mesa e um convite que a pareceu familiar, uma das amigas falou que as
flores chegaram de manhã cedo. Ela olhou atentamente e viu que o convite era de
Lucas, onde ele também agradecia pela companhia no café naquele fim de tarde
com luzes douradas no Chile.
Os dias se passaram e a noite do grande dia para
Lucas chegou, sua primeira exposição. Amanda aprontou-se e chegando no local
marcado estava cheio de gente, muitas pessoas vieram prestigia-lo. Ela entrou e
não o viu, então resolveu olhar as fotografias. De repente, uma das imagens lhe
chama muita atenção, uma moça sentada em algum café com uma xícara na mão e
olhando uma revista de moda, Amanda sorriu por dentro ao ver a sua própria
imagem naquela exposição.
Texto publicado originalmente no Jornal: A Novidade.
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